Afinal, o que está acontecendo com a Amil?
Não, a Amil não foi vendida. Uma parte das carteiras de planos de saúde familiares e individuais, mais de 330 mil contratos de pessoas de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, foram vendidos para a APS.
A história toda parece bem confusa. Mas a gente quer deixar tudo muito claro para você. Afinal, o que está acontecendo com a Amil?
Para começo de conversa é preciso entender um pouco do segmento. As operadoras de saúde (por exemplo, a Amil), têm tipos de planos diferentes. Dois exemplos são: planos de saúde individuais e planos de saúde empresariais.
No caso da Amil, ela passou os contratos de mais de 330 mil pessoas ou famílias em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná para a Assistência Personalizada à Saúde (APS), que é a nova operadora destes contratos.
Toda a negociação aconteceu em dezembro do ano passado. Em 2020 havia rumores sobre a venda destes ativos da Amil. Na época, a Amil colocou à venda os Hospitais Paulistano, Caieiras e Sumaré, localizados em São Paulo capital, assim como esta carteira de planos individuais dos usuários de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
Carteira da Amil vendida à APS com aprovação da ANS
Então, como a empresa já tinha anunciado o interesse em vender esta parte do seu ativo, no dia 22 de dezembro de 2021, a negociação foi oficializada.
A ANS publicou uma nota explicando a transação:
“os 337.459 beneficiários de planos individuais e familiares da operadora Amil (Registro ANS nº 326305), residentes nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, passarão a ser atendidos pela operadora A.P.S Assistência Personalizada à Saúde (Registro ANS nº 406708).”
A ANS explicou na nota inclusive que os beneficiários da Amil de outros estados não serão transferidos. Em seguida, a agência reguladora esclareceu:
"A transferência parcial de carteira da Amil foi autorizada pela ANS conforme determina a Resolução Normativa nº 112/2005. A mudança assegura aos beneficiários a manutenção das mesmas regras do plano de saúde firmado com a Amil. As duas operadoras fazem parte do mesmo grupo econômico e a rede prestadora de serviços continuará a mesma, de forma que os beneficiários poderão manter seus agendamentos e autorizações em curso.”
Até aquele momento, a ideia era que a carteira teria o mesmo grupo de controle, já que tanto a APS quanto a Amil pertenciam ao grupo americano chamado UnitedHealth. Ou seja, o cliente Amil pessoa física ou familiar passaria a ser cliente APS da mesma categoria, sem perda para o mesmo, a partir de janeiro de 2022.
Agora a APS está vendendo a Amil?
Não. A tentativa agora foi de que a empresa APS seja transferida à Fiord Capital, uma empresa recém lançada no Brasil. Nesta transferência, a APS combinou de levar todos os contratos de seus planos, inclusive os recém adquiridos pela Amil.
Foi nesta etapa do processo que a ANS informou que não recebeu pedido de alteração de estrutura societária da APS. Por isso mesmo, a agência convocou no começo do mês de fevereiro uma reunião com os representantes do Grupo Amil responsáveis sobre a transação.
A ideia da ANS era entender qual seria a capacidade financeira dos novos sócios da APS para garantir a sustentabilidade da operadora e qual era o valor envolvido na operação.
A agência alegou que as respostas não foram satisfatórias para garantir a segurança dos beneficiários. Portanto, a APS continua sendo uma operadora do Grupo Amil e, portanto, de inteira responsabilidade do Grupo Amil até que a ANS reveja o caso.
A Amil foi vendida?
Não, a Amil não foi vendida. Uma parte das carteiras de planos de saúde familiares e individuais, mais de 330 mil contratos de pessoas de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, foram vendidos para a APS. No mercado financeiro os planos de saúde individuais e familiares não geram tanto lucro para as operadoras, podendo ter déficit nos lucros. Isto faz com que as operadoras possam vender a carteira, a fim de não ter mais déficit em seus negócios.
Então a Amil está falindo?
Também não. Ela apenas vendeu um grupo de contratos que podem ser considerados deficitários no mercado financeiro, por isso toda a confusão.
Mas a empresa continua existindo no Brasil com segmentos de pessoas físicas em outros estados além do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, assim como com planos de saúde empresariais em todo o país.
O que está acontecendo com a Amil é legal?
Até aqui está tudo dentro da legalidade. A primeira parte da negociação está toda esclarecida. A Amil vendeu parte de sua carteira para uma outra empresa (APS) do mesmo grupo. A empresa garantiu que nada mudaria para o beneficiário.
A segunda parte da negociação precisa de esclarecimentos antes de saber se é algo viável. A ANS se reuniu com o grupo Amil para entender todo o processo e, decidiu no momento, não continuar a transação, para evitar problemas aos usuários dos planos de saúde em questão.
Por que a ANS não deixou a APS vender a carteira da Amil para a Fiord?
Porque a agência precisa estudar o caso para saber se é algo viável para os beneficiários dos planos de saúde em questão. O que a ANS tinha concordado era com a Amil vender a carteira para a APS. Essa “revenda” ainda precisa ser analisada.
Sou cliente Amil pessoa física ou familiar. Quais os meus direitos?
De acordo com a ANS, não pode haver alteração na rede credenciada, no valor da mensalidade, nem na faixa etária que você ocupa.
Você tem direito também ao seu contrato, vale pedir à Amil a cópia deste contrato para você ter acesso a tudo que tem direito. O mesmo vale para reembolso. Peça os últimos cinco anos de reembolso e guarde os comprovantes para eventuais diferenças de reembolso no futuro.
Devo esperar ou é melhor mudar do plano de saúde da Amil?
Aqui é preciso ter cautela. O ideal agora é esperar porque a negociação está toda em andamento. Há quem fique ansioso com o momento.
Se for o seu caso, saiba que além dos direitos que já citamos, você terá direito à portabilidade do seu plano. Ou seja, poderá contratar um plano de saúde similar em outra operadora. A ideia é manter as mesmas características que seu contrato anterior, sem custo, previsto pela ANS.
Vou ficar sem rede credenciada da Amil?
Não, é exatamente sobre isso toda a cautela da ANS. A ANS prevê que neste tipo de negociação, as pessoas mantenham (ou aumentem) sua rede credenciada. Caso já esteja sem a rede credenciada que tinha antes, entre em contato com a ANS.
Minha mensalidade da Amil vai aumentar?
Também não. Assim como a rede credenciada não pode diminuir, sua mensalidade não pode aumentar. Fique de olho e informe à agência caso ocorra alguma mudança não prevista (por exemplo, aniversário do seu plano).
Isto aconteceu com outras operadoras de saúde que faliram?
Uma operadora de saúde pode falir por diferentes motivos, como por má administração. Um caso recente de falência aconteceu com a Unimed Paulistana. Em 2016 a empresa faliu e mais de 720 mil clientes precisaram fazer a portabilidade para outros planos de saúde. O assunto gera dúvidas e insatisfações nos clientes e por isso é tão importante deixar tudo explicado.
O caso da Amil não se caracteriza por falência, mas tem a ver com outro tema polêmico na área de planos de saúde: a oferta de planos de saúde individuais pelas operadoras.
Este tipo de plano é cada vez menos vendido por grandes operadoras por ser um ativo que gera menos lucro, uma vez que este tipo de plano é regulado diretamente pela ANS. Como existem menos opções de planos de saúde individuais, os beneficiários podem encontrar dificuldade na hora de fazer a portabilidade.
O que fazer se eu não quiser continuar na Amil?
Se você não quiser continuar na Amil, saiba que você pode encontrar outro plano com a Bliss. O novo plano deverá ser semelhante ao que você tem no momento e a portabilidade tem algumas regras a serem seguidas.
Nós da Bliss podemos ajudar você nesta portabilidade. Fale com um de nossos consultores e descubra como fazer.