Tuberculose: prevenção e diagnóstico precoce
A tuberculose acomete todos os dias, milhares de pessoas ao redor do mundo. Dados da OMS acendem o alerta de que esta ainda é uma das doenças infecciosas mais perigosas do mundo.
O dia 24 de março é considerado o dia mundial de combate à tuberculose. É um dia para trazermos o tema à discussão. Também serve para nos informarmos sobre características pouco esclarecidas da doença. Leia nosso artigo para saber o que podemos fazer em relação à prevenção e ao diagnóstico precoce sobre o assunto.
“É importante reforçar que esta é uma doença que tem tratamento e cura”, explica a coordenadora do programa nacional de controle da tuberculose, a médica infectologista, Denise Arakaki-Sanchez.
Apesar de ter tratamento e cura, a condição ainda é cercada de tabus e preconceito. Isso faz com que muitos não procurem um profissional de saúde especialista para cuidar da enfermidade, fazendo com que o bacilo (bactéria com forma de bastão) se propague entre outras pessoas.
O que é a tuberculose
É uma doença infectocontagiosa causada por uma bactéria chamada Mycobacterium tuberculosis. De acordo com o Ministério da Saúde, a doença, em adultos, pode provocar sérios problemas respiratórios e até mesmo a morte se não tratada corretamente.
“Hoje, o Brasil está na lista da OMS dos 30 países mais afetados pela tuberculose no mundo” informa Denise.
A condição atinge todas as classes sociais.
“Ela é democrática, pode acometer qualquer pessoa” alerta Arakaki-Sanchez.
Ainda assim, algumas pessoas ficam mais expostas à contaminação e precisam de uma atuação preventiva mais frequente.
Grupos de risco
Os principais grupos de risco hoje no Brasil são divididos entre pessoas imunodeprimidas e imunocompetentes.
No primeiro grupo, estão pessoas contaminadas por HIV, pessoas que usam corticoide de forma prolongada, usuários frequentes de medicamentos imunobiológicos (pacientes que usam para tratamento de artrite reumatoide, por exemplo), idosos e pacientes em tratamento quimioterápico.
Já os imunocompetentes são aqueles que têm competência imunológica para defender o corpo. Ainda assim, alguns dentro deste grupo se expõem mais ao risco de se contaminar pela tuberculose. Os profissionais de saúde, quem trabalha com sílica, populações indígenas aldeadas (que vivem em aldeias) e pessoas dentro de um sistema prisional, são exemplos deste grupo.
Estas pessoas, assim como as imunodeprimidas devem ser testadas com frequência, de acordo com a recomendação médica.
Tuberculose: transmissão
Sabe-se que a doença é transmitida por meio de tosse, espirro ou fala. O bacilo se propaga pelo ar.
Tuberculose: sintomas
No adulto, de maneira geral, a tosse é sintoma clássico da doença.
“Mas as pessoas imunodeprimidas nem sempre manifestam tosse como sintoma. Neste grupo é importante pensar em tuberculose quando existir febre baixa vespertina, fraqueza e perda de peso atípica”, relata a doutora.
Quando uma pessoa deve se preocupar?
A médica conta que tosse persistente num adulto saudável é um sinal de alerta.
“Se uma pessoa está com tosse há mais de três semanas, ela deve procurar um serviço de saúde. Fumantes, por exemplo, têm tosse frequente e não costumam associar à possibilidade de tuberculose. Mas é importante investigar” complementa Arakaki-Sanchez.
Tuberculose: tratamento
Ter o diagnóstico precoce é uma forma de evitar a propagação do bacilo. O tratamento da enfermidade é medicamentoso. Além do diagnóstico precoce, é fundamental tomar atitudes preventivas.
Tuberculose: prevenção
Quando o assunto é prevenção, muitos se lembram da vacina BCG.
“Para as crianças, existe a BCG, que previne as formas mais graves da tuberculose. É uma vacina muito importante”, conta a infectologista.
Denise explica que formas graves como a tuberculose meníngea precisam ser prevenidas para que as crianças não corram risco de morrer. Entretanto, a médica alerta que a vacina não previne todas as formas da doença. Ou seja, uma criança vacinada ainda pode desenvolver a enfermidade.
Por isso, é necessário ter atenção aos sintomas dos pequenos. A criança pode não apresentar nenhum sintoma característico da doença em adultos.
“Criança que não ganha peso, que é irritadiça ou que não tem muito apetite, por exemplo. Estes são sintomas não específicos da tuberculose que podem aparecer na infância e, por isso, é importante investigar", relata a especialista.
O que é tuberculose latente?
O termo quer dizer que uma pessoa em algum momento entrou em contato com o bacilo da doença. A partir do contato, a pessoa foi infectada. Ainda assim, o organismo conseguiu se defender contra a bactéria.
Desta forma, a pessoa não desenvolveu a forma ativa da tuberculose, mas ficou com a chamada tuberculose latente.
"Ela pode ou não se tornar ativa em até dois anos", diz a especialista.
Para descobrir se uma pessoa tem ou não o bacilo no corpo, é preciso fazer exames. Os mais indicados são o IGRA e o ppd.
Para quem recorre à rede privada de saúde, a ANS aprovou em 2021 o IGRA como parte do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. Isso significa que o exame é coberto obrigatoriamente pelos planos de saúde, quando há solicitação médica.
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Quando uma pessoa deve testar?
O teste deve ocorrer quando a pessoa fizer parte de um grupo de risco. Os profissionais de saúde, por exemplo, são testados anualmente para identificar se foram contaminados ou não durante o serviço.
Cada grupo de risco tem um tempo específico de testagem que deve ser estabelecido em acompanhamento médico.
“Quando a tuberculose latente é identificada nestes grupos, fazemos o preventivo”, esclarece Denise.
O preventivo é um conjunto de medicamentos capaz de evitar que a contaminação ainda latente se transforme na forma ativa. O prazo para tomar o medicamento é de até dois anos após o contágio.
Mas se uma pessoa que não faz parte de um grupo de risco tiver resultado (de tuberculose latente) positivo, em geral, não é necessário tomar o preventivo porque aquela infecção pode ser muito antiga. Nestes casos, a transmissão do bacilo não acontece e a pessoa não vai desenvolver a enfermidade.
Então, como evitar que a tuberculose se propague?
Denise explica que cada um pode vigiar os próprios sintomas. O autocuidado faz com que possamos evitar a propagação da bactéria que causa a doença.
“Não se deve negligenciar tosse por mais de 3 semanas. Também é possível alertar um familiar com esse sintoma que ele deve procurar um serviço de saúde”.
O alerta também vale para a discriminação social da doença.
“Não podemos discriminar a tuberculose. Ela pode acontecer com qualquer pessoa”, finaliza a coordenadora do programa nacional de tuberculose.
Viu como ainda há muito a falar sobre tuberculose? Este e outros assuntos de saúde você encontra aqui no nosso blog. A Bliss veio para te ajudar a escolher o melhor plano de saúde. Para isso, você pode fazer uma simulação aqui. E pode também falar com a gente pelo nosso WhatsApp.